Uma alternativa cada vez mais buscada pelas organizações corporativas e comerciais com a finalidade de economizar energia e reduzir as manutenções em instalações é a substituição de lâmpadas fluorescentes tubulares pelas lâmpadas tubulares de LED, a mais recente novidade no mercado energético.
Disponíveis no mercado desde o final de 2013, as lâmpadas tubulares de LED vêm se apresentando cada vez mais como uma alternativa viável economicamente, ampliando a sua participação no mercado. Mais eficiente e econômica que as Similares fluorescentes, a nova tecnologia tem despertado o interesse de grandes consumidores, como indústrias e empresas, que, com os recentes aumentos das tarifas de energia elétrica, precisam encontrar formas de reduzir os custos com a conta de luz.
A grande revolução pela qual vem passando o mercado de iluminação, impulsionado pelo uso mais difundido do Diodo Emissor de Luz, o LED, tecnologia que ilumina com alto índice de qualidade e é bem mais eficiente do que as demais lâmpadas existentes no mercado, precisa, no entanto, ser elétrica e fotometricamente analisada, pois as mudanças de equipamentos podem trazer alterações não esperadas no ambiente.
A transformação acarretada por esta “nova” tecnologia é comparada à que ocorreu após o surgimento da lâmpada incandescente, inventada por Thomas Edison em 1879, a ponto de alguns especialistas do setor afirmarem que todos os outros tipos de lâmpadas (halógenas, fluorescentes compactas e tubulares, a vapor metálico, de sódio e mercúrio), nascidas após a incandescente, serviram apenas como escada e ponte para o LED, apesar de, em 2014, seu consumo pelo mercado ter sido de mais de 20 milhões de unidades — ainda pouco representativo ante, por exemplo, 0 consumo de 250 milhões de fluorescentes compactas.
Na área comercial, por exemplo, o mercado sempre está em busca de oportunidades para “eficientização” de energia. Segundo alguns levantamentos realizados por órgãos de pesquisa, a participação da tecnologia no mercado mundial de iluminação ainda é muito baixa, mas deve aumentar consideravelmente na próxima década. A pesquisa mundial informa que as vendas de lâmpadas e luminárias LED devem se tornar mais aquecidas em razão dos projetos de retrofit, que estimularão as trocas de lâmpadas antigas por equipamentos mais eficientes.
Conforme o levantamento, a participação da tecnologia na comercialização do produto para este fim ainda é relativamente pequena, de apenas 15%, mas se elevará bastante até 2018, saltando para 74%. Dessa forma, paulatinamente, o LED eliminará tecnologias como incandescentes e halógenas e “roubará” uma boa parte do mercado de lâmpadas um pouco mais eficientes, como fluorescentes tubulares T8 e T5 e as fluorescentes compactas. Pode ser que em função da queda vertiginosa de preço do LED, isto ocorra bem antes.
Apesar de ainda ser mais cara, tendo em vista o investimento inicial, a tecnologia se mostra bastante competitiva economicamente, por conta do Seu baixo consumo energético. Os produtos que proporcionam a mesma quantidade, e muitas vezes, mais qualidade de luz, consomem cerca de 85% menos energia que as lâmpadas incandescentes ou, no caso, 40% menos do que as fluorescentes tubulares comuns, além de terem maior 0 que transforma, em muitos casos, a iluminação tipo LED em um negócio menos dispendioso do que a iluminação tradicional.
Atualmente, o LED apresenta vida útil de 25 mil a 30 mil horas, podendo chegar até a 50 mil horas. Comparativamente, uma lâmpada incandescente, por exemplo, dura mil horas, uma halógena, duas mil horas, e uma fluorescente compacta tem a vida útil de seis mil horas. Com base nessas informações, percebe-se que o LED é extremamente vantajoso em comparação aos demais tipos de lâmpadas e a sempre “reclamada” diferença de custo, pois a lâmpada LED é mais cara (uma lâmpada tipo LED, em média. custa o dobro de uma lâmpada fluorescente). Trata-se de um investimento que acaba se pagando, mais cedo ou mais tarde, em vista de todas as vantagens já mencionadas.
O investimento é sempre vantajoso. Anda que a lâmpada seja mais cara, há retorno. Como exemplo, podemos recorrer ao seguinte cenário, Sempre citado pelos especialistas: uma residência com 10 pontos de luz, na qual serão substituídas quatro lâmpadas incandescentes de 60W e seis lâmpadas fluorescentes compactas de 15W, por 10 lâmpadas LED de 6W. Se tivermos em conta que cada lâmpada LED custa algo em torno de R$20, o investimento inicial Será de R$200. Trabalhando com um quilowatt-hora de RS 0,60, no primeiro ano de uso, haverá uma economia de R$162. Ou seja, em 14/15 meses, o consumidor já recebe de volta o dinheiro que gastou no LED. Isso em uma residência, cujas luzes permanecem acesas, em média, três horas por dia.
NO caso de um estabelecimento comercial, em que a iluminação elétrica costuma funcionar por mais horas, o retorno do investimento inicial costuma vir em menos tempo, conforme afirmam os projetistas. Um corredor de hotel, por exemplo, fica aceso 24 horas por dia, o que dá um pouco mais de 8.700 horas por ano. Levando em conta os cálculos feitos anteriormente, o retorno se dá oito vezes mais rápido do que em uma residência, ou seja, em vez de 15 meses, em dois, no máximo.
Se, além disso, levarmos em consideração as vidas destes produtos, o retorno financeiro em uma residência perdurará por mais de 20 anos. Já no caso do corredor do hotel — que funciona 24 horas diariamente os ganhos durarão por mais dois anos e meio até a substituição da lâmpada. Neste cenário, verifica-se que no setor comercial ou industrial, onde estes cálculos são normalmente feitos para os investimentos, existe uma rapidez maior na substituição dos produtos convencionais pelos de LED.
NOS últimos anos, já pensando nas reduções de custo com energia e na eficiência energética, ao contrário das residências, boa parte das empresas já fez a substituição de lâmpadas por fluorescentes tubulares mais eficientes, como as T8 ou T5 e, em breve, trocarão as tubulares fluorescentes pelas lâmpadas tubulares LED.
Entretanto, no mercado brasileiro, e mesmo para o consumidor, um dos grandes obstáculos para o mercado de iluminação está atrelado à baixa qualidade de alguns dos produtos fabricados. Esta baixa qualidade pode ser responsável por diminuir a vida útil dos equipamentos e, consequentemente, não tornar efetiva a economia financeira prometida pelo uso em longo prazo da tecnologia.
Já é de conhecimento do mercado que a imensa maioria dos produtos com tecnologia LED fabricados no mundo vem da China. Isso, por si só, não é um problema, pois é possível encontrar na China produtos LEDS de boa qualidade. Também neste novo mercado se faz necessário uma educação do consumidor para que exija o retomo do seu investimento, pois conforme já ouvi e li em diversas publicações, “Quem determina a qualidade dos produtos é quem vai comprar”, e se isso realmente se fizer verdadeiro, estaremos, como em outros lugares, buscando produtos que tenham a garantia que prometem. Isto já é requerido no mercado comercial ou industrial, onde para um produto que promete 25 mil horas de vida, uma garantia de um ano é algo que soa falso, e que com certeza será contestado pelo consumidor mais esclarecido, que faz as contas e investe em Soluções que tenham retorno.
Já há diversas normas vigentes para LED no Brasil. Em 2013, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou diversos documentos com o objetivo de fornecer índices mínimos de qualidade referentes a diversos tipos de LED. Entre estas normas, estão: a ABNT NBR IE(-/ TS 65204, que traz termos e definições para LEDS e os módulos de LED; a ABNT NBR 62560, que especifica os requisitos de segurança e intercambialidade para lâmpadasLED com dispositivo de controle incorporado, para serviços de iluminação geral para tensão maior que 50V; e a ABNT NBR 16205, partes 1 e 2, que especifica requisitos de segurança e desempenho para lâmpadas LED sem dispositivo de controle incorporado na base única.
Contudo, alguns produtos vendidos aqui no Brasil ainda apresentam baixa qualidade. Em vista de todas estas vantagens e com o aumento da demanda, tornou-se necessária a criação de mecanismos para a aferição da eficiência e qualidade dos produtos mais efetiva e com isso, a entrada do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) neste cenário. Conforme já relatado em outros artigos, após um processo amplamente discutido em diversas reuniões que contaram com a participação dos principais agentes do setor, dentre eles laboratórios de ensaios, especialistas, fabricantes e importadores e o Inmetro, tivemos, no mês de março de 2015, a publicação da Portaria 143 e 144 regulamentando as regras que devem ser seguidas pelos fabricantes/importadores para que as lâmpadas LED, entre elas, as tubulares, possam receber a certificação e, dessa forma, ser comercializadas no mercado nacional.
A esperança de fabricantes/importadores e distribuidores brasileiros está depositada nesta certificação compulsória que o Inmetro efetivará inicialmente em nove meses, e completamente em 30 meses, prazo dado para todos se adequarem. Tal medida deverá acarretar em uma melhora nas lâmpadas tipoLED do País e retirar do mercado os produtos de qualidade baixa.
Por Alfredo Bomilcar.
» Alfredo Bomilcar é engenheiro eletricista, consultor de empresas e diretor técnico da Associação Brasileira dos Importadores de Produtos de Iluminação (Abilumi).
Seria interessante se fosse fornecidos alguma propriedade comparativa de potencia luminosa efetiva ou rendimento final entre lâmpadas de gas e led.
Pois a maior dificuldade está em relacionar grandezas elétricas diretamente com o resultado final.
Outra dúvida:o material interno ao vidro só difunde a luz ou possue alguma propriedade fotoativa?