LED seguirá protagonista do mercado de iluminação em 2016
Por Georges Blum, Alfredo Bomilcar e Rubens Rosado (*)
Existem vários motivos para continuarmos falando sobre LED também em 2016. Se há alguns anos o uso de lâmpadas LED era restrito, principalmente em razão do alto preço, a evolução acelerada desses produtos tem conseguido que ele esteja cada dia mais presente em nossas vidas.
Atualmente, o percentual de utilização do LED no Brasil, seja para iluminação pública ou residencial, está próximo de 20% e crescendo rapidamente. Entre os motivos para isso podemos citar a retirada do mercado das lâmpadas incandescentes, o grande aumento no preço da energia elétrica e a queda vertiginosa do preço dos produtos LED, o que favorece muito a adoção da tecnologia no País.
O custo continua caindo quase 50% ao ano, e quanto maior a produção com novas tecnologias, maior a expectativa de queda. Em virtude disso, a tendência é que no futuro próximo o preço chegue perto, por exemplo, das lâmpadas econômicas/compactas. Por isso, mantendo-se essa velocidade, acredita-se que em 2018 o LED irá dominar o mercado mundial, inclusive no Brasil.
Em termos de tecnologia, os produtos disponíveis no País são similares aos encontrados em países mais desenvolvidos. Isso porque 95% dos produtos vêm da China com a tecnologia mais moderna existente e ela exporta praticamente os mesmos itens para o mundo inteiro.
O LED tem inúmeras vantagens que o fazem ser uma excelente opção para iluminação, a começar pela versatilidade, o que beneficia muito os projetistas. Essa característica tem garantido sua utilização em sistemas de automação, como sensores de presença, por exemplo, pois o liga e desliga não compromete a vida útil do produto, seja lâmpada, painel ou luminária/projetor. Também onde há lâmpadas dicroicas convencionais pode haver a substituição pelas dicroicas/refletoras LED, com grande economia de energia elétrica.
Além do uso doméstico, a aplicação do LED em sistemas de iluminação pública é apropriada e já supera tecnologias convencionais, pois permite o controle e a dimerização a distância mais facilmente que as tecnologias tradicionais com um custo de manutenção bem menor.
Na economia de energia, sem dúvida, o LED é imbatível em comparação com outras tecnologias. Dependendo do sistema que irá substituir, pode-se chegar até a 80% de redução no consumo de energia.
Se o produto é econômico, durável e eficiente, torna-se importante saber aplicá-lo corretamente. Um desafio a mais para arquitetos, lighting designers e projetistas, mas principalmente para o consumidor final. Aos profissionais, fica a tarefa de escolher o produto mais adequado, com o ângulo do facho de luz necessário e considerando a nova equivalência do fluxo luminoso que resulte no ambiente inicialmente projetado.
Para o consumidor final, essa escolha depende de um pouco mais de informação e conhecimento e de uma mudança de paradigma, para que ele não se confunda na hora da aquisição e, caso erre, não acabe culpando a tecnologia por um resultado insatisfatório.
Isso porque na maioria das embalagens encontramos em destaque a potência da lâmpada, em Watt, e por décadas foi assim que escolhemos. Sem dúvida é um dado importante, pois é daí que saberemos o quanto de energia será consumida. Mas, tão importante quanto a energia consumida é a ‘quantidade de luz produzida por uma determinada lâmpada’ ou como também é conhecido o ‘fluxo luminoso’, sempre representado em lúmen ou lm, que, pelos regulamentos aprovados pelo Inmetro, são obrigatoriamente expostos nas embalagens.
Podemos ter modelos de lâmpadas LED de 10W, por exemplo, porém com fluxos luminosos diferentes. Assim, estas lâmpadas terão eficiências lúmen / Watt também distintos. Por isso é importante que o consumidor saiba que esta diferença na quantidade de luz pode justificar uma lâmpada custar um pouco mais do que outra.
Sem que haja essa mudança cultural, todo o desenvolvimento tecnológico aplicado nas lâmpadas LED não fará sentido para o consumidor, que vai continuar comprando lâmpadas baseando-se na potência consumida (Watt), achando simplesmente que as de maior potência iluminam mais do que as de menor potência.
Ao saber adquirir a lâmpada LED seguindo os critérios do fluxo luminoso, a expectativa é que o consumidor não faça sua escolha apenas baseado no menor preço, mas também na qualidade.
Tecnologia e mercado em evolução
A iluminação LED se torna a cada dia mais popular também mundialmente e alguns “experts” na indústria especulam que este mercado deve crescer para encolher nos próximos cinco anos. Para que este movimento aconteça, alguns dizem que os preços dos produtos LED devem cair ainda mais e isso vem pressionando os produtores para que reduzam seus preços de forma a fazer os produtos LED mais viáveis.
De acordo com a estimativa da indústria, o mercado global de iluminação LED deve atingir US$ 25,7 bilhões e expandir para US$ 30,5 bilhões em 2016. A taxa de utilização da iluminação LED deve crescer 31% em 2015 e crescer até 36% em 2016, isso tudo mundialmente.
Apesar disso, a redução na expectativa de demanda do LED “backlight” causa insegurança na média de preços do “chip LED” e do LED encapsulado, e esta tendência vem sendo demonstrada durante o segundo semestre de 2015, quando os preços do pacote e do chip LED chegaram ao ponto em que algumas especificações de LED “chip” e LED encapsulado chegaram aos custos de material. Isso faz com que, mesmo pressionados por preços menores no curto prazo, com longas produções, os produtores estarão limitados para mais cortes de preços.
Em 2016, produtores devem continuar buscando soluções para os cortes de custos, mas apesar de custos menores nos “chip” LED, iniciarão avaliações dos drivers e outros componentes que podem ter preços menores. Os produtores deverão buscar as reduções através de soluções integradas no sistema como um todo e as fontes de luz LED para substituição à tradicional iluminação deverão dividir o mercado em crescimento nos próximos três anos.
A indústria do LED teve nos últimos dez anos um forte suporte do governo chinês e isso fez com que se tornasse a maior indústria neste tipo de produto, mas ainda muito dependente de fatores externos para equipamentos e material. Novas políticas devem encorajar inovação e foco em novas aplicações e materiais alternativos, seguindo a tendência da Internet das Coisas ou IoT ( Internet of Things ).
Na esteira dos produtos inovadores e integrados, além das companhias estarem aptas para os aumentos de preços com os chamados produtos “smart”, as vendas tem sido muito menores e o tema é de quanto os produtos “smart”, com seu valor agregado, conseguem atender a demanda do consumidor. Muitos dos produtos “smart”, apesar de poderem ser controlados a distância por outros dispositivos, poderem ser dimerizados, trocarem de cor, muitos consumidores não estão dispostos a pagar custos extras.
Devido a esta enorme competição no mercado LED de luz branca, produtores estão buscando por inovação ou aplicações especiais e voltando seu foco para as aplicações LED na faixa não visível do espectro, como os LED UV ou IR. Tais produtos têm um mercado pequeno, que não pode ser comparado com as aplicações tradicionais, mas que dão maiores retornos financeiros que o LED branco.
E finalmente, na frente tecnológica, alguns importantes desenvolvimentos devem se consolidar em 2016. Um número maior de fabricantes tailandeses e chineses deve promover a tecnologia LED usando um range maior de aplicações e como resultado a rápida ascensão do “flip chip LED”, com um maior uso no mercado das TVs LED que nos anos anteriores. Também vêm desenvolvendo tecnologias que permitem o uso de silício ao invés de safira no processo de fabricação, o que pode reduzir os custos de produção.
A indústria entende que os preços dos produtos LED devem cair para buscar mais clientes e para isso estão tentando cortar seus custos de produção para salvaguardar suas margens de lucro. Alguns estão introduzindo produtos modulares, que combinam partes em diferentes configurações e introduzindo novos componentes enquanto avançam com a tecnologia.
Expectativa pela Certificação
Um passo importante no sentido de criar padrões de qualidade no Brasil é a certificação obrigatória de produtos LED, que irá beneficiar consumidores, lojistas, importadores e fabricantes.
Com ela, as lâmpadas LED oferecidas no mercado brasileiro terão um patamar mínimo de qualidade, o que dará uma tranquilidade maior aos consumidores e lojistas e permitirá uma concorrência mais saudável entre as empresas importadoras ou fabricantes.
Iniciamos o ano de 2015 com a publicação, já no primeiro trimestre, da Portaria nº 144 do Inmetro, que estabelece os Requisitos de Avaliação da Conformidade para Lâmpadas LED com Dispositivo Integrado à Base, considerada um verdadeiro marco no mercado brasileiro de lâmpadas LED.
Graças a esta iniciativa, da qual a Abilumi (Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação) participou ativamente, entre outros, o consumidor poderá, já em 2016, adquirir lâmpadas LED com selo INMETRO, tendo com isto a certeza de ter em suas instalações lâmpadas que atendem a requisitos de desempenho, segurança e compatibilidade eletromagnética similares às das lâmpadas comercializadas nos EUA e na União Europeia.
Para isto foram necessários investimentos em desenvolvimento e pesquisas, não só aqui como no país onde são fabricadas, além de exaustivas negociações para que a melhoria de qualidade impactasse minimamente no custo do produto.
Sem dúvida foi um ano muito corrido, de grandes esforços e incertezas, promovido não só pelo cenário internacional como pelo mercado interno, devido à crise que assola o País. Investir em um ano como este é muito difícil, mas a Abilumi neste momento cumpre um grande papel, trazendo informações de mercado atualizadas, apoiando jurídica e tecnicamente seus associados.
Estamos otimistas em relação ao fato de que o consumidor vai reconhecer nossos esforços, pois são lâmpadas com duração longa – 25.000h –, com qualidade de iluminação e tecnologia de ponta.
Numa segunda fase, estamos propondo, nos mesmos moldes de certificação das lâmpadas LED, requisitos de avaliação para luminárias de uso geral.
Avaliamos que existe uma forte tendência, no futuro bem próximo, de o consumidor optar por adquirir o conjunto integrado, lâmpada e luminária, ao invés de adquirir apenas a lâmpada. O LED permite isto. O consumidor passa a escolher seu produto não só pela funcionalidade da lâmpada, mas também pelo design, um comportamento muito diferente do atual. Até porque as lâmpadas hoje existentes no mercado não permitem esta flexibilidade, que só o LED oferece.
A partir da certificação, também será possível combater a concorrência desleal no comércio de LED. Enquanto os padrões mínimos de qualidade não são estipulados, consumidores, lojistas e projetistas devem evitar os produtos muito baratos, pois eles nem sempre apresentam o desempenho declarado na embalagem ou nos catálogos e muitas vezes nem têm garantia.
No campo da iluminação pública estamos aguardando ‘sair do forno’ os requisitos necessários para a certificação destes produtos. Usamos a expressão ‘sair do forno’, pois o INMETRO está trabalhando nos ajustes finais e, a qualquer momento, teremos condições de iniciar o processo de certificação destes produtos, de extrema relevância para os profissionais da área, prefeituras e todo o País.
(*) Georges Blum é presidente-executivo da Abilumi (Associação Brasileira dos Importadores de Produtos de Iluminação) e engenheiro de produção.
Alfredo Bomilcar é Engenheiro Eletricista, consultor de empresas e Diretor Técnico da Abilumi.
Rubens Rosado é formado em Engenharia Elétrica e especializado em Iluminação. Atualmente é assessor técnico da Abilumi e atua nas áreas de consultoria empresarial e perícia técnica judicial.
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O fim da lâmpada incandescente.
Utilizada em larga escala desde o final do século 19, lâmpada incandescente deve desaparecer em breve por culpa de sua ineficiência energética.
Você talvez consiga imaginar sua vida sem muitos apetrechos tecnológicos que existem hoje. Mas certamente não se imagina vivendo em um mundo sem luz. E quando falamos em luz, difícil não pensar na lâmpada incandescente, presente na vida das pessoas desde sua disseminação comercial, no fim do século 19, por conta de Thomas Alva Edison.
O problema é que as lâmpadas incandescentes não são sustentáveis: gastam mais energia, iluminam menos e têm vida útil menor do que os produtos mais recentes – ao menos seis vezes inferior do que a das fluorescentes, por exemplo. “Elas produzem 5% luz e 95% calor. Com a sua substituição por outras tecnologias, o meio ambiente ganhará com a menor produção de calor, de CO2 e, portanto, de efeito estufa. O País ganhará economizando recursos para gerar e transmitir energia”, explica Isac Roizemblatt, diretor Técnico da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux).
A iluminação corresponde a 15% do gasto com energia elétrica em um lar brasileiro médio, segundo estudo realizado pela Eletrobrás em 2007. Esse percentual tende a ser reduzido, já que a comercialização das incandescentes tem diminuído em relação à das novas lâmpadas. Por lei, caso não atinjam maior nível de eficiência, elas deixarão o mercado brasileiro nos próximos anos.
De acordo com levantamento da Abilux, em 2011 e 2012, no Brasil, foram vendidas 300 milhões de lâmpadas incandescentes, 200 milhões de fluorescentes compactas, 90 milhões de fluorescentes tubulares, 20 milhões de halógenas e 250 mil LEDs. Considerando as vendas de 2012 e 2013 (com a estimativa de vendas até o final do ano), o número de vendas é, respectivamente, 250 milhões, 200 milhões, 90 milhões, 20 milhões e 500 mil.
Por Terra.
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